Quando dizem que no Amazonas até boi voa, as
pessoas de fora não entendem ou levam na brincadeira por demais. Com talvez
esteja sendo levada a reforma da Ponta Negra e suas 12 vítimas fatais nestes
últimos três meses. O laudo do Serviço Geológico do Brasil foi taxativo: a Ponta
Negra não serve comobalneário. Claro que o secretário municipal de
infra-estrutura, Américo Gorayeb apressou-se em contestar
o laudo. Mas com
quê conhecimento técnico?
Bem, a obra ponto de vista técnico, teria que ter
um Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto no Meio Ambiente
(EIA/RIMA) sendo que ninguém sequer questionou sobre isso! Além disso a obra
tem recursos federais (R$ 21
milhões) que foram repassados através do Ministério do Turismo e isso, por si
só, já causa o automático interesse do Ministério Público Federal (MPF) e da
Controladoria Geral da União (CGU). E não apenas por conta dos recursos, mas
sobretudo porque em função dessas obras, 12 vidas já foram ceifadas.
Ora, Gorayeb, na tentativa de desqualificar o
laudo, reclamou que os testes foram feito pelo diretor após ele ingerir seis
latinhas de cerveja e após as 19h, quando não se tem mais os salva-vidas. Mas
fica a dica para os meus colegas repórteres: perguntem a ele, na próxima
coletiva, se foram feitos o EIA/RIMA. Mas no Amazonas é assim: quando algo
desagrada, basta desqualificar que a vida segue e nada será resolvido.
O fato é que ficam se agarrando em filigranas e
nada mudará. Ou melhor, serão gasto mais recursos de forma que sejam feitos
reparos paliativos. Ou seja, a Ponta Negra será transformada em um saco sem
fundo, literalmente.
E
quanto às vidas que foram perdidas nessa obra? As famílias serão indenizadas?
Alguém será responsabilizado? Aguardemos o desenrolar dos fatos!