sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Debate em tempo de pseudodemocracia!

Ontem (02.08.2012) aconteceu o primeiro debate para as eleições municipais. Devo confessar que esperava mais, que fosse mais democrático. Por exemplo, temos nove candidatos e apenas seis foram contemplados e participaram. Isso, de cara, impede que o eleitor tenha acesso às propostas de todos os candidatos e por isso mesmo não tem nada de democrático. Se bem que, em um processo em que você é obrigado a votar, jámostra que não vivemos em uma democracia. E não há nada pior que  ter o tempo limitado, e caríssimo, de televisão para piorar a situação.
Para dar uma situada nos (e)leitores, Manaus tem uma população de quase dois milhôes de habitantes, um orçamento de R$ 3 bilhões ao ano e problemas estruturais graves como segurança, saneamento básico (apenas 15% da população tem o serviço e dois terços disso foi feito pelos ingleses há mais de cem anos e nos últimos 30 anos, seus igarapés foram transformados em esgoto a céu aberto), saúde, mobilidade urbana e, para acentuar ainda a importância destas eleições, serásede da Copa de Futebol em 2014 e tem muita coisa a ser feita.

Mas já que apenas seis candidatos participaram, vamos fazer uma pequena análise. Sabino Castelo Branco (PTB), presente no pleito por medida judicial pois teve seu mandato de deputado federal cassado, e Henrique Oliveira (PR) sentiram falta de tempo. São daqueles candidatos-apresentadores que se elegeram baseados apenas no discurso de combate à criminalidade e no assistencialismo de seus programas mundo-cão onde não é difícil ouví-los falando que "bandido bom é bandido morto". De propostas mesmo, nada.
O deputado federal Pauderney Avelino (DEM) mostrou que tem um programa de governo baseado na audição de diversos segmentos da sociedade. Com o jargão de "sou engenheiro" foi direto a pontos cruciais e apontou soluções. Contra si, a exemplo de outros candidatos, tem que se baseia em uma parceria com o governo federal e estadual, obviamente tentando captar seus eleitores. É conhecido por sua boa atuação parlamentar e quer mostra que tambem é bom em administrar.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), bem diferente do seu já conhecido perfil de defensora dos trabalhadores, mostrou ser o que ela realmente nesta campanha: apenas uma candidata que teve seu nome tirado do colete do governador Omar Aziz (PSD), do senador-imperador Eduardo Braga (PMDB) e do atual prefeito Amazonino Mendes (PDT), sob um suposto apoio da presidente Dilma (PT). Já há dúvidas sobre se terá o apoio da máquna governamental em sua capanha, mas o fato é que suas propostas não são suas. Ou são do governo estadual ou do governo federal.
O ex-senador Arthur Neto (PSDB) saiu na frente nas pesquisas e manteve o seu discurso sempre irretocável, mas ainda teve, mesmo depois de 20 anos, ter que respodner sobre a sua atuação como prefeito no caso dos camelôs. Apresentou algumas propostas, mas muito genéricas. Falou que fica apenas quatro anos e deixará a prefeitura nas mãos do vice, Hissa Abrahão. Isso se conseguir reelegê-lo em 2016. Ou seja, isso demosntra que não está muito comprometido mesmo com a cidade!
O ex-prefeito Serafim Corrêa (PSB) mostrou que ainda tem muitos esqueletos guardados no guarda roupa. Ainda pensa que Amazonino é seu adversário e ainda tem que perder tempo precioso dando explicações sobre a repactuação da concessão da água em 2007 ao invés de falar de propostas. Falou que fez uma creche em seu mandato enquanto o atual prefeito não fez nenhuma. Bem, conheço um município vizinho, o Careiro-Castanho, que já fez três creches para seus poucos mais de 30 mil habitantes.
Ainda temos pouco mais de dois meses para ouvir o que os candidatos tem para apresentar de soluções e aprofundar suas propostas, os que têm obviamente, e a nós, eleitores, teos que nos mostrar mais ativos e questioná-los sobre suas propostas, de onde tirarão recursos e o que pensam e deixarão não apenas para os próximos quatro anos, mas sim para as próximas gerações.

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