terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Amazonas, um estado turístico mas não para turistas

O governo do Amazonas realiza, através da Empresa Estadual de Turismo (AmazonasTur) as primeiras ações de promoções internacionais de 2012 no continente europeu. A primeira parada é em Madri, na Espanha, onde participa da 32ª edição da Feira Internacional de Turismo (Fitur). O segundo evento é a Feira Nórdica de Viagens Matka (Matka Nordic Travel Fair), em Helsinque, capital da Finlândia." A atitude é louvável e mostra que o governo quer incrementar o turismo, prejudicado desde a abertura das importações pelo então presidente Fernando Collor de Mello em 1990, destruindo totalmente o turismo interno de compras e não dando suporte para o turismo receptivo internacional.
Nos últimos anos a rede hoteleira de Manaus cresceu. Pulou do Tropical Hotel e Novotel para perto de uns dez hotéis com boa estrutura para receber não apenas turistas, mas também eventos. Pequenos eventos, é bem verdade, porque não há nenhuma política voltada para este importante segmento. E uma cidade com dois milhões de habitantes e encravada na floresta que leva a mais importante marca da atualidade (Amazônia) não pode ser furtar a deixar de faturar com esta fonte de recursos que movimentaria milhares de empregos diretos e indiretos.
Ora, quem não quer conhecer a exuberância da floresta amazônica hoje em dia? Realizar um evento de sua empresa? Mas esbarra pura e simplesmente na falta de infra-estrutura. Se um dia houver dois eventos de grande porte vai ser um corre-corre daqueles. Manaus não tem restaurantes e auditórios suficientes para isso.
Vou dar um exemplo de como o turista é recebido em Manaus. Semana passada estava em um shopping com um amigo e de repente chega um turista sueco, entrou, olhou a tabela de preços na parede, foi dar uma olhada em outros lkocais e voltou lá. Ficou parado esperando ser atendido. Não me contive e fui conversar com ele, em inglês, para saber o que ele estava procurando. Pura e siomplesmente jantar. Como o local estava lotado, convidei para sentar conosco e fomos conversando.
Não foi surpresa para mim ele dizer que tinha séris dificuldades de comunicação porque os estabelecimentos onde ele ia simplesmente não tinha ninguém que falasse sequer o espanhol ou arranhasse o inglês. Não pára por aí. Se um turista quiser ir fazer um passeio pelo encontro das águas, pode ser explorado por quem faz o serviço avulso em voadeiras, pequenos barcos que muitas vezes não oferece segurança nenhuma e conforto menos ainda, ou ir para as agências de viagens que fazem este tipo de passeio a um preço que também não é dos mais baratos. Mas para quem paga passagens caríssimas de avião para cá isso não deve ser problema.
No ano passado foi realizado o II Forum Mundial de Sustentabilidade no Tropical Hotel, com a presença do ex-presidente Bill Clinton e o ex-ator e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger, que vieram apeso de ouro. Cachê de US$ 500 mil cada. Naturalmente que receberam apoio do governo do estado e da prefeitura de Manaus. Dizer que o evento atraiu turistas para cá é querer mascarar a realidade, já que isso não aconteceu, nem dizer que o evento chamopu a atenção do mundo para a Amazônia. Além do quê, no mesmo dia, circulou mundo afora as imagens do adolescente que foi baleado por policiais.
Pergunta: qual foi a imagem que ficou para o mundo? A de um evento mal divulgado e que funcionou apenaqs como caça-níquel para os promotores ou a de policiais atirando em um adolescente? Imagem essa que reflete exatamente a quantas anda a segurança no Amazonas.
Investir em turismo não é apenas participar de eventos e feiras para atrair turistas para o Amazonas. Isso aí a própria marca Amazônia jáo faz. Investir em turismo é propiciar condições para que empresários façam investimentos para oferecer melhores condições não apenas ao turista estrangeiro, mas também ao turismo interno e o turismo de eventos. Esse é um ponto de reflexão para que o governo estabeleça política pública de turismo e não apenas ir fazer oba-oba em eventos na Europa. Não quero nem falar em pesca esportiva, outro segmento que movimenta milhões de dólares por ano, mas que não tem tido a menor atenção por aqui.

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