segunda-feira, 9 de maio de 2011

Que patuscada esse concurso da ManausTrans!

Era para ser um dia das mães como outro qualquer, cheio de homenagens àquela que nos carregou no ventre. Nem me lembrava de que iria ter o concurso público para 500 agentes de trânsito da ManausTrans até ver os tuites que começaram a pipocar na minha timeline às 8h30 da manhã deste domingo. Confusão inicialmente de mobilidade, porque as pessoas estavam reclamando de engarrafamento em ias que normalmente em um domingo fluem tranquilamente. Pelo menos 12 mil pessoas estavam realizando a prova.

Bem, isso por si só já levantaria uns questionamentos sobre a velha questão de mobilidade urbana que me parece ser um tema que os governantes não estão muito interessados em resolver a não ser com soluções mirabolantes e de orçamentos gigantescos.

Mas voltando ao concurso, o próprio Secretário Municipal de Administração (Semad), José Antonio de Assunção, disse que a falta de experiência da instituição que realizou o concurso, o Centro de Estudos Avançados e Treinamento/Concursos (CEAT), não tem relação com o vazamento da provas e o tumulto ocorrido no domingo, na Faculdade Nilton Lins. Ele tem razão! Já vimos outras instituições mais experientes e renomadas passando batido em outros concursos.

No entanto, não há justificativa para o secretário dizer que alguns candidatos investiram R$ 65,00 apenas para fazer confusão e perturbar o andamento do concurso, como ele falou para os meios de comunicação. “Aquelas pessoas que promoveram a baderna foram ao local para causar confusão e não tem nada a ver com problemas que possam ter havido na organização”, afirmou Assunção.

A justificativa foi o vazamento de cadernos de provas antes do início do exame quando, na verdade, foi resultado de mau planejamento. Senão, como explicar que, na mesma unidade onde estava sendo realizado o concurso, apenas algumas salas houvessem a prova e no restante não tivesse. “Ainda vamos conversar com a prefeitura para descobrir a melhor maneira de contornar o problema. O que sabemos é que as provas foram roubadas e isso será investigado”, disse Élson Borges, coordenador do CEAT.

Mas o próprio Borges não soube explicar como poderia ter ocorrido o roubo, já que as provas estavam sob vigilância em uma sala-cofre, onde estavam guardadas por Policias Militares. Na ânsia de arrumar uma desculpa, acabou arrumando um problema maior, pois terá que embasar sua acusação. “Não sabemos como conseguiram pegar esses cadernos. De lá (na sala onde as provas estavam guardadas) até aqui (Nilton Lins) não teria como haver o roubo”.

Dizer que não há justificativa para a depredação que houve depois que ocorreu o atraso na distribuição das provas isso é certo. Mas também não há justificativa para as desculpas esfarrapadas que foram sendo dadas a cada instante que aparecia uma nova denúncia. Atrasou a chegada da prova na Nilton Lins do Parque das Laranjeiras. Ah, é que foram roubadas algumas provas. Apareceram envelopes sem lacre. Ah, é porque em algumas salas não estavam funcionando o ar-condicionado. E foram apenas algumas.

E o pior não foi isso. No perfil oficial da prefeitura no tuíter, o @Cidade_Manaus, duas pérolas: a primeira dizendo que alguns exaltados estavam embriagados e agrediram fiscais e, no outro, de que mototaxistas foram os responsáveis pela ‘baderna’. Ora, mais uma vez a ânsia por arrumar uma justificativa, acabam envolvendo pessoas e, nesse caso uma categoria que nada tem a ver com o ocorrido.










A verdade é que os fatos devem ser apurados e as medidas cabíveis tomadas. Quem se inscreveu para fazer o concurso está buscando fugir do desemprego e buscar a estabilidade do serviço público e isso, acima de tudo, deve ser respeitado e levado em consideração, coisa que não está sendo feito.


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